(dedicado ao poeta António MR Martins)
Brincar com as palavras entre as nuvens.
Suspirar o ar por entre quimeras.
É libertar o nosso âmago.
Sentir forte os nossos medos.
As nossas alegrias, igualmente.
Ser poeta é poder voar.
Chilrear sonetos como quem lê partituras.
Sentir a brisa por entre as penas.
Soltar amarras de loucuras intensas.
Chorar prisões em gaiolas falsas.
Pendurar alegrias na mais alta estrela.
Ser poeta é poder voar.
Levar o pensamento para bem longe.
Criar pontes em novas culturas.
Dissimular existências a todo o momento.
Ser actor de nós mesmos.
Representar vivências, credos e lamentos.
Ser poeta, enfim, é poder voar.
Voar para voltarmos a ser nós.
Aqui ou no céu mais sagrado da terra.
No meu pensamento.
Vislumbro.
Acredito.
Voar é ser poeta!
16 de Março de 2009