quarta-feira, dezembro 27, 2006

Antítese

Rompe a aurora;
A neblina permanece
Constante no meu quintal.
Sorrio a plenitude de
Mais um dia em minha vida.

Triste estou;
Água escorre do meu olhar
Neste ocaso desmedido.
Mais um dia que termina, e
Envelheço a todo o custo.

23 de Janeiro de 2003

terça-feira, dezembro 19, 2006

Ao Olhares

Por breves instantes esqueci quem era.
Envolvi-me no teu olhar terno.
Coloquei na mesa a possibilidade de te beijar,
Tal a sedução que lançaste em mim.
Quero acreditar que em ti existe loucura inatingível;
E ao mesmo tempo o sabor que recordo em teus lábios,
Vigora a todo o tempo na minha áurea de comum mortal!

15 de Dezembro de 2006

terça-feira, dezembro 12, 2006

Metamorfose

Desejo o fim desta guerra
Que eclodiu em mim.
Fervilho de raiva
Humano deixei de ser, e
Nem me encontro por um acaso.
Choro tenebrosa mudança,
Brotam lágrimas tais;
Congelam de frieza.
O sangue evolui em sentido oposto,
Nem o plasma subsiste na corrente.
Estranho me encontro,
Bicho pareço, mas não o sou.
Sufoco existir assim,
Sem retrato leal da minha imagem
Não me assiste a beleza do ser natural, e
Em diante, na gélida penumbra,
Transformado pelo todo,
Serei sempre irregular metamorfose.

23 de Janeiro de 2003

terça-feira, dezembro 05, 2006

A mim

A mim,
Não me assiste a loucura dos predestinados
Nem, tão pouco, a astúcia
Daqueles que consquistam
Em meros equívocos, a terra inteira.

A mim,
Pouco importa, se serás tu
Quem me desmembra o pensamento
Em pedaços toscos
Que quedam em esquecimento.

A mim,
Apenas sobra
A certeza dos convictos,
Consciente do papel e
Da consistência que me compõe.

A mim,
Dei a conhecer, afinal, a razão pela qual
Transpira o sol e respira a lua
E onde, por divertimento,
A terra vermelha se tornou o chão que piso.

23 de Janeiro de 2003