terça-feira, dezembro 12, 2006

Metamorfose

Desejo o fim desta guerra
Que eclodiu em mim.
Fervilho de raiva
Humano deixei de ser, e
Nem me encontro por um acaso.
Choro tenebrosa mudança,
Brotam lágrimas tais;
Congelam de frieza.
O sangue evolui em sentido oposto,
Nem o plasma subsiste na corrente.
Estranho me encontro,
Bicho pareço, mas não o sou.
Sufoco existir assim,
Sem retrato leal da minha imagem
Não me assiste a beleza do ser natural, e
Em diante, na gélida penumbra,
Transformado pelo todo,
Serei sempre irregular metamorfose.

23 de Janeiro de 2003