quarta-feira, agosto 24, 2011

dor

dói-me a tua ausência. choro-a na escuridão da noite, entre um sono e outro. chego a ter medo e fujo para me esquecer que não estás aqui. abro os meus olhos e vejo o vazio. o coração pedia-te naquele momento, como pede agora e depois. o que chorei guardei no silêncio da minha cama. há uma poeira que me cala a boca. fecho os olhos. nesse momento escrevi poesia porque a noite me começava, também ela, a fugir por entre os dedos. nenhuma frase, nenhuma palavra. só o teu corpo nú se apoderou de mim. fiquei, ali, abraçado a ele e a desenhá-lo na ausência. não mais fugi.

Lisboa, 24 de Agosto de 2011

sábado, agosto 06, 2011

a tua face

recordo a tua face.
passo a minha mão na lembrança recortando-a.
em todos os instantes me lembras saudade,
perdida no tempo destes dias em que
não escolhi estar sozinho.
na ponta dos dedos sinto os teus lábios.
a falta que me faz um beijo teu,
tolhe o meu pensamento e forma clara de te abraçar.
abre a porta para eu entrar de mansinho.
quero deitar-me junto a ti.
não me vires a face.
com ela quero acordar
na manhã seguinte e sorrir.

Macau, 6 de Agosto de 2011