sábado, fevereiro 28, 2009

Tu Sentes

Posso para aqui divagar
Assumo, sem sentido.
Mas não consigo lamentar
Um dia ter-te conhecido!

A inspiração está a flutuar
Como espuma em água salgada.
Quero estar ao luar
Para te possuir, ó luz sagrada!

Vieste, aos poucos, me iluminar
No campo mais complicado.
Amor, será que sei amar?
É em ti que estou confrontado.

Só a certeza absoluta
Dentro da minha cabeça.
Sou vencedor desta disputa.
Nada há que a razão não esqueça.

E por falar em razão,
Que concilia o amor com prazer,
Inimiga do coração,
Ela é fria, nunca o pode aquecer.

Para trás, estou deixando
Os problemas existentes.
E, com fé, te amando
Eu sinto, tu sentes!

11 de Fevereiro de 1999

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

"Ser Poeta" de António MR Martins




No próximo dia 14 de Março vai ocorrer
o lançamento do livro "Ser Poeta"
da autoria de António MR Martins
com chancela da recente editora Temas Originais.

Aparece!

Houve um dia

Houve um dia em que tu
Trouxeste aquele sorriso,
Cheio de ilusões
E me prendeste em ti.
Que loucura a minha
Julgando sérios os teus apelos
Que acabariam sem causa.
Desejo? Paixão? Que foi?
Diz-me sem culpa, ternura,
Foi bom? Foi mau?

Houve um dia em que tu
Falaste ao meu ouvido.
Trouxeste a calma e o descontrolo;
Apascentaste a minha carência.
Disseste e fizeste;
Tocaste e provaste;
Beijaste e abraçaste.
Loucura...

Houve um dia em que tu,
De ideias fixas e concretas,
Me dizes acabou.
Interiormente choro.
Olho-te, mas tu não.
A chama desvanece,
O calor torna frio.
Tu partes. Para longe, é certo!
Onde jamais, algum dia,
Te poderei alcançar.

28 de Novembro de 2001

Costume

Tenho por costume sorrir.
Sorrir para ti, meu amor.
Nem sei se te adore, se te ame.
És incógnita em mim.
Tenho por costume dizer
Que te sinto, te venero
Sem saber, te digo, a verdade, é certo!
Tenho por costume chorar
Sempre que te minto, que te molesto.
Porquê a ti? Não mereces...
Será que este costume
Me irá trair de vez,
Acabar comigo e contigo?
Que costume tão cruel.
Prefiro, é certo, os dois primeiros.
Ao menos sorrio e não choro.
Ao menos digo e não minto.
Vou deixar de chorar, de mentir.
Que costume inútil!
Porque caio neste costume?
Estarei a enlouquecer?
Ou simplesmente, já não te amo, nem te adoro?

5 de Dezembro de 2001

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Em circunstância

Estudo a tua forma
E a loucura em si filtrada.
Como te temo de manhã,
Envolta em cetim e sedas de outrora,
Onde mansamente descansei,
Ou fumei aquele tabaco.
Cartas tuas recebi.
Sem medo, guardei-as no baú onde ainda hoje te encontro.
Apenas e só nua, tais silhuetas venerei
E iluminei o meu caminho.
Vesti de azul por acreditar ser essa a tua cor
E na qual consegues concentrar
A luz intensa do astro desconhecido.
Amado. Odiado. O sol!
E a chuva que caiu?
Perguntavas tu.
É a mesma que me cura as maleitas da sede
E guardo num frasco de vidro opaco,
Comprado na distante dimensão da existência.
Costumo ler textos teus.
Editaste em livro que não comprei.
Pensei que mo oferecesses e assim foi.
Horas passam nas demais instâncias;
Espírito que soletra a minha razão e,
Me identifica de soslaio, por não confiar em ti.
Me desleixo e te deixo, entregue à desconhecida sorte,
Que nunca busquei e me encheu, agora.
O alimento que devoro sabe a ti, por ser parte tua,
Dando-me, a todo o momento, a lembrança do teu choro,
Convulso e complacente.
Em toda a terra lágrimas correram,
Desenhando rios de rara beleza e, agora, me banho.
Na procura do teu olhar,
Entretanto perdido, continuo a acalentar achar
A telepatia que insuspeito na tua mente.
Não é mentira que te ame!
Verdade não o será.
Já não escrevo para te sentir.
Apenas para sorrir e lembrar os retalhos do que vivo;
Imagens de sentido único e cores diversas,
Instrumentos próprios da minha orquestra e
Desta última composição que te dedico, em circunstância.

27 de Março de 2003

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Alheio a Ti

Alheio a ti
Discorro sobre a vida,
Sobre batalhas constantes
No âmago do meu ser.
Confrontos híbridos
Sem razão de existir,
Cujo significado inútil
Vagueia constante em mim.
Os traços do meu rosto
Já não são os mesmos.
Caminho, sinuosamente, para o fim
De uma vida de equívocos
Dos quais tu terás sido o maior.
Imagem inconsequente
Que invadiste a minha essência, e
Misturaste os verdadeiros
Olhares da minha inocência.
Agoniaste a minha alma.
De ti, nada mais quero;
E neste resto de vida, incerto,
Me alheio de ti e do teu mundo
Que de infeliz tem tudo, e 
Me abstracto.

22 de Janeiro de 2003

domingo, fevereiro 22, 2009

Tu

1

Cheira-me a sedução;
Daquela que lanças contra mim.
Justapões o teu olhar ao meu, e
Entregas a tua natureza
Ao meu humilde e sincero apelo.
Derramas palavras que ouço, e
Acusticamente, musicas o meu sentimento.
Que partitura tão bela, essa,
Que lês e me dedicas.
Pausadamente, acolho, vivo,
A beleza dos teus beijos, quais
Ósculos em constante loucura.
Pedes que te olhe transitando
Para mim o sentido amplo de saber amar.


2

Procuro, sem saber porquê,
A dimensão oculta da tua presença,
Alheio, em parte, ao sofisticado toque
Da ponta dos dedos me libertam de pensar.
Encontro, agora, o trilho certo
Que, demoradamente, quero percorrer
Esperando, lado a lado, caminhes também.
Acalenta a minha esperança, e
Premeia estes versos, que a ti se referem,
Soltando sorrisos inequívocos e ternuras tais,
Possessas de ti e daquelas manhãs,
Da aurora que revi e fotografei
Para te dar, apenas e só,
Descobrindo a forma sã de me apaixonar.


3

Entra devagar, no meu quarto
A ler poemas de Pessoa me encontro, mas
A mensagem que transmitem,
Não a quero sentir contigo.
Deixa-me ser duende; mansamente
Entrar na floresta dos teus sonhos
É intento a que me proponho.
Sentir o encantamento de estar perto, num
Pronuncio de amor constante em nós.
Na floresta, cores várias, traduzem
A vivacidade complacente dos olhares
Rasgados pela neblina de mais um dia que finda.
Queres ficar aqui? Contempla, em telepatia,
O meu pensamento e os demais.


4

Unidos, entretanto, agora
Credibilizo a tua razão.
Perco-me pensando, como são puros os teus gestos.
De tão finos que são, geram em mim
Profundas e desiguais sensações
Misturando sem fim o âmago do meu ser.
Que bom!
Até as pedras da calçada venero
Por, a tempos, teres pisado esse chão.
A chuva que cai do outro lado,
Não dissolve a minha escrita, que
Atempadamente, transmite o querer
E faz discorrer o meu eu
Na constante procura de ti mesma.


5

Não chores certezas vãs, que
Chegou a hora de te amar.
Apoia a tua fraqueza na minha imensidão,
E abre portas, sem lamentos,
Ao perfume suave da minha pele.
Crê no meu chamamento, e
Guardo a dádiva da tua presença,
Preconizando, a todo o tempo e espaço,
O dinamismo de acreditar
Nas estrelas cristalinas,
Definindo conceitos de transparência
No Universo que é amor, onde
As verdades mais simples
Guardo para mim e canto para a Lua!

Fevereiro de 2003

A Cantora

Procurei na minha lente a voz da cantora.
Nos seus gestos e sorrisos, o seu dom...
Em sensibilidade, tento despir a sua alma,
Instantâneo breve da sua essência, em cor.
Nesta escrita com luz, revelo o seu ser.

Dedicado a Daniela Mercury
28 de Julho de 2006

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Fotografia

A imagem ficou retida
Na película da eternidade.
Disparei ao tentar agarrar o infinito.
Sei que se estiveres no enquadramento,
Serás minha em lembrança de papel.
No foco tornei claro o teu rosto,
No diafragma regulei a tua luz.
Perdi sensibilidades para te poder dar recorte, e
Orientei as linhas para te percorrer.
Escolhi esta fotografia!
De olhar para ela vi magia,
Sossego, calma, traduz sem fim,
A invertida imagem da tua alma.
Olha bem para esta fotografia.
É tua, minha e de mais ninguém.

17 de Fevereiro de 2009

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Porquê?

Porquê?
Porque me deixas assim,
Entregue ao infortúnio da tua decisão?
Se soubesses o que tenho passado,
Virias rápido ao meu encontro.
Só me emerge ao pensamento
O tempo bom de nossas vidas.
Como me surpreende esta tua indecisão!
Da estabilidade ao abismo,
Perdoa-me a minha franqueza;
Parece que brincas com o nosso amor, a nossa certeza.

Porquê?
Porque me deixas assim,
Desarmado de todas as alegrias?
Penso que sou aquilo que não era, e vice-versa.
Ai, porque não me deixas dormir.
Afogar os meus problemas no álcool da minha cama.
O aperto que sinto é tanto que me soa a novidade.
Nunca senti esta ânsia, esta azia, esta adrenalina.
Agora o confuso sou eu, e
Mesmo quando me ligas a perguntar como e onde estou,
Sou envolto num turbilhão de incertezas.

Porquê?
Porque me deixas assim,
Incapaz de resolver o que seja?
Como queria relativizar as coisas, meu amor.
Nisto dos sentimentos sou mais frágil que cristal.
Ajuda-me! Vem depressa, não me deixes continuar mal.
E se a tua indecisão for outra,
Sairei amargurado pelo tempo. Por tanto te ter amado, que não me arrependo,
Mas pelo que sinto e nunca senti.
Amor, sincero, juro por mim!
Continuo, por enquanto, à tua espera. Aqui!

16 de Fevereiro de 2009

sábado, fevereiro 14, 2009

Pedaços da Minha Existência

Aqui estão os pedaços.
Pedaços da minha existência
Junto-os para te entregar.
Mistura o teu tempo para me leres.
Porém, se achares melhor,
Coloca-os na tua mesa-de-cabeceira.
Assim serão companhia eterna dos teus sonhos.
Aqui estão os pedaços.
Redigi para alienar coisas minhas.
Se quiseres podes tomá-las, agora, tuas
E percorrê-las como pautas de música.
São estes os pedaços
De uma vivência, de uma liberdade.
Quero que tomes conhecimento
De como foi bonito viver assim.
Se assim for tua vontade,
Obedece aos desígnios de uma maturidade atingida.
Estes pedaços são apenas meus.
Ao ler, podes rasgá-los em seguida.
Peço-te apenas que te lembres de mim,
Te lembres do meu nome.
Até existir, estes pedaços
Serão meu espelho.
Aqui estão os pedaços.
Lê! São para ti.
Pedaços da minha existência.

14 de Fevereiro de 2009

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Momento ou momento contínuo

Busco a serenidade
De um momento contínuo.
Se, de repente, virar a esquina
Procuro-te, igualmente, em mim.
Virei várias esquinas para te ter
E de ti, anseio a presença.
Na minha vida te concedo um pedaço
Importante a todo o momento.
Se continuar por estas ruas,
viverei, é certo, mais momentos,
de sensações várias e cores poéticas.
Quero virar cada esquina como experimentar
Novas coisas em ti...em nós.
Não! Rotinas, não!
Quero a mudança...
Uma mudança na continuação.
Entendes?
Espero que me compreendas.
Contigo quero viver momentos contínuos,
De paz, de um espírito embuído na constante e sã loucura.
Este momento e os demais
Serão sempre a esperança de dias felizes.
Queres viver estes momentos?
Este momento ou momento contínuo.
Tão bom...

4 de Fevereiro de 2009