sexta-feira, junho 12, 2009

As mãos

Criei em mim um suspiro
De uma espera qualquer.
Tenho a paciência e a dor
Daquilo que não consigo alcançar.
Subitamente olho para as minhas mãos
Onde ainda tenho os resquícios do teu toque.
Como me apetece que estivesses aqui
E entrelaçasses as tuas mãos nas minhas
Numa dança sem fim.
Lembro o caminho que fizemos.
Grassa em mim uma monotonia esquisita,
Daquelas que nos tolhem a razão.
Gostava de sentir a tua falta
Sabendo que virias ainda hoje.
As mãos vazias agora preenchem-me.
Ando de um lado para o outro
Numa azáfama de quem quer voar.
Se chegares entretanto chama-me.
O meu nome continua o mesmo
E a tua voz sabe como chamá-lo.
Gostava de poder multiplicar as boas sensações.
Era tão bom quando te pertencia
Como um todo certo e coerente.
Por ora, olho o meu punhado.
Nele cabe ainda a tua mão.
E ainda, lembro, o teu corpo
Vestido com a sorte dos meus dias.
Juro que te quero como quando
Permutávamos as nossas mãos.

12 de Junho de 2009