Se te dissesse o que quero
Saberias que almejo a luz firme.
Sei que iluminado sou diferente,
Portentoso, confiante.
Consigo inferir em mim
Um ser amolgado na sua proporção,
Molestado pelo amor só.
Não ignoro a tua presença
Por não existires aqui, na intimidade,
Mas amo-te.
Fantasio novas experiências
Neste tubo de ensaio que está dentro
Deste corpo indeterminado
Na sua forma e substância.
Contenho a súmula
De uma composição gasta no amor.
Quero readquirir a nova brandura
E servir, de novo, na bandeja da luxúria
A libido louca, sob o signo de Freud,
No incessante instinto de viver.
30 de Junho de 2009
terça-feira, junho 30, 2009
terça-feira, junho 23, 2009
Al-hamma
O meu lugar é aqui,
Onde os caminhos se estreitam
E as calçadas gastas cantam o fado.
No beco o cheiro a sardinha,
No pátio a roupa pendurada nos estendais.
Consigo ser assim, pitoresco,
Quando percorro as tuas ruelas.
Para mim és muito, Alfama velhinha,
Lugar de tradições; sobranceira,
Onde a varina canta a tua história
E o marinheiro, já velho, perdura na memória.
23 de Junho de 2009
Onde os caminhos se estreitam
E as calçadas gastas cantam o fado.
No beco o cheiro a sardinha,
No pátio a roupa pendurada nos estendais.
Consigo ser assim, pitoresco,
Quando percorro as tuas ruelas.
Para mim és muito, Alfama velhinha,
Lugar de tradições; sobranceira,
Onde a varina canta a tua história
E o marinheiro, já velho, perdura na memória.
23 de Junho de 2009
Dedicado à sempre eterna e "minha" Alfama
Mosca
Está ali uma mosca,
Parece-me imóvel na merda da parede
Como os porcos no pardieiro do poder.
Nada fazem, ali parados, os cabrões.
Só sabem subtrair aos outros
O pouco que estes têm.
Lembram hienas a devorarem a carne e os ossos
Deste povo ignóbil e sereno.
Cada vez mais tenho certo
Que a praga deste mundo somos nós.
Animais racionais de fraca rês.
Uns mais que os outros, confirmo.
Mas aquela mosca intriga-me.
Está no mesmo sítio desde
A mesma hora que a vi,
Agarrada como um sanguessuga
À pele do ser menor.
Lembro-me que podia ser melhor
O dever das nossas gentes,
Mas virando à esquerda ou à direita,
A porcaria é sempre a mesma,
Putrefacta e mal-cheirosa.
Por falar nisso, a mosca voou...
23 de Junho de 2009
Parece-me imóvel na merda da parede
Como os porcos no pardieiro do poder.
Nada fazem, ali parados, os cabrões.
Só sabem subtrair aos outros
O pouco que estes têm.
Lembram hienas a devorarem a carne e os ossos
Deste povo ignóbil e sereno.
Cada vez mais tenho certo
Que a praga deste mundo somos nós.
Animais racionais de fraca rês.
Uns mais que os outros, confirmo.
Mas aquela mosca intriga-me.
Está no mesmo sítio desde
A mesma hora que a vi,
Agarrada como um sanguessuga
À pele do ser menor.
Lembro-me que podia ser melhor
O dever das nossas gentes,
Mas virando à esquerda ou à direita,
A porcaria é sempre a mesma,
Putrefacta e mal-cheirosa.
Por falar nisso, a mosca voou...
23 de Junho de 2009
segunda-feira, junho 22, 2009
Respiro
No solstício do tempo quente
Apareceste para me dar ar,
Esse oxigénio da alma que tanto preciso.
Estava com dificuldades em respirar
Sempre que o amor me apertava
E me quebrava os sentidos.
Cheguei a asfixiar com a sua falta.
Consinto que nem sempre tudo é de mais,
Por vezes tudo é nada,
Outras o nada é quase muito.
Hoje foste muito,
Mesmo que quase nada me tenhas dado.
Mas não! Deste-me muito.
Pensavas o contrário, eu sei, eu sinto.
Precisei de ti e estiveste comigo;
Ajudaste-me a respirar melhor.
22 de Junho de 2009
Apareceste para me dar ar,
Esse oxigénio da alma que tanto preciso.
Estava com dificuldades em respirar
Sempre que o amor me apertava
E me quebrava os sentidos.
Cheguei a asfixiar com a sua falta.
Consinto que nem sempre tudo é de mais,
Por vezes tudo é nada,
Outras o nada é quase muito.
Hoje foste muito,
Mesmo que quase nada me tenhas dado.
Mas não! Deste-me muito.
Pensavas o contrário, eu sei, eu sinto.
Precisei de ti e estiveste comigo;
Ajudaste-me a respirar melhor.
22 de Junho de 2009
sábado, junho 20, 2009
O lençol
Claro que gostava de dormir contigo,
Agora que a minha cama me engole o corpo,
Neste quarto quente e solitário.
Reviro o sono do anseio.
Preciso de me sentir estático e abraçado
Pelo sonho da tua presença.
Esta noite sou insónia.
Não me entra na cabeça o inconsciente
Do dormir profundo e calmo.
Volta!
Devolve-me a almofada do teu corpo
E cobre-me com a acalmia da tua pele.
És o meu lençol.
20 de Junho de 2009
Agora que a minha cama me engole o corpo,
Neste quarto quente e solitário.
Reviro o sono do anseio.
Preciso de me sentir estático e abraçado
Pelo sonho da tua presença.
Esta noite sou insónia.
Não me entra na cabeça o inconsciente
Do dormir profundo e calmo.
Volta!
Devolve-me a almofada do teu corpo
E cobre-me com a acalmia da tua pele.
És o meu lençol.
20 de Junho de 2009
sexta-feira, junho 19, 2009
Como uma ave
Quero ser uma ave
E pairar no alto, suspenso.
Sentir a pressão do ar em mim.
Leve, perceber as nuvens.
Ouvi dizer que contam histórias aos pássaros.
Apetece-me viajar a sul,
Onde o espaço aéreo é mais quente.
Lá, contemplo as paisagens do Estio.
Sinto-me mais incluído,
Mais cercado pela vontade do sol.
19 de Junho de 2009
E pairar no alto, suspenso.
Sentir a pressão do ar em mim.
Leve, perceber as nuvens.
Ouvi dizer que contam histórias aos pássaros.
Apetece-me viajar a sul,
Onde o espaço aéreo é mais quente.
Lá, contemplo as paisagens do Estio.
Sinto-me mais incluído,
Mais cercado pela vontade do sol.
19 de Junho de 2009
quinta-feira, junho 18, 2009
Sucedido há pouco
Bebi mais um copo esta noite.
Podiam ser muitos mais, mas não. Acautelei-me!
Foi apenas mais um copo
Entre as conversas banais de uma noite quente.
Aconteceu numa viela do Bairro Alto.
Ali, observei uma cara nova.
É certo que não é totalmente nova,
Mesmo assim afigurou-se recente.
É isso!
Recente é a palavra indicada,
Não tenho dúvidas.
Vejo-a muitas vezes por aí,
Em dias baralhados de um mês qualquer.
Os seus contornos perfeitos
Limpam a minha alma, desde hoje.
Ouviste o que tinha para dizer;
Tiveste essa paciência.
Prestaste auxílio à minha mágoa,
Partidária do meu sofrimento.
Alcancei-te um pouco,
Tão amena, apenas agora reparei.
Desculpa-me...
18 de Junho de 2009
Podiam ser muitos mais, mas não. Acautelei-me!
Foi apenas mais um copo
Entre as conversas banais de uma noite quente.
Aconteceu numa viela do Bairro Alto.
Ali, observei uma cara nova.
É certo que não é totalmente nova,
Mesmo assim afigurou-se recente.
É isso!
Recente é a palavra indicada,
Não tenho dúvidas.
Vejo-a muitas vezes por aí,
Em dias baralhados de um mês qualquer.
Os seus contornos perfeitos
Limpam a minha alma, desde hoje.
Ouviste o que tinha para dizer;
Tiveste essa paciência.
Prestaste auxílio à minha mágoa,
Partidária do meu sofrimento.
Alcancei-te um pouco,
Tão amena, apenas agora reparei.
Desculpa-me...
18 de Junho de 2009
Dedicado à A. L. S. (Grato pela amizade)
quarta-feira, junho 17, 2009
Lado a lado, distantes
Olhei para ti hoje.
Inferi, em mim, a tua importância.
Na tua boca um sorriso;
Outro e outro.
Ainda trocámos olhares diversos, amiúde,
E umas palavras soltas.
Quiseste saber coisas.
Eu disse... e tu ouviste.
Falaste também.
E tornamos a falar.
Chorei por dentro de não te ter.
Mas senti-me lícito, recomendável.
Tivemos ali os dois,
No meio de muitos,
Lado a lado,
Ainda assim distantes.
17 de Junho de 2009
Inferi, em mim, a tua importância.
Na tua boca um sorriso;
Outro e outro.
Ainda trocámos olhares diversos, amiúde,
E umas palavras soltas.
Quiseste saber coisas.
Eu disse... e tu ouviste.
Falaste também.
E tornamos a falar.
Chorei por dentro de não te ter.
Mas senti-me lícito, recomendável.
Tivemos ali os dois,
No meio de muitos,
Lado a lado,
Ainda assim distantes.
17 de Junho de 2009
segunda-feira, junho 15, 2009
Aequitas
Serei a tua justiça
Se me quiseres por direito.
Nesse caso, tenho o dever
De cumprir o código do amor.
A demanda do juízo pede
Que seja mais concreto.
Verdade, nada mais que a verdade.
Esse é o meu desejo secreto.
Alieno todos os processos pendentes
No socorro de estar limpo,
De cabeça pura, erguida.
15 de Junho de 2009
Se me quiseres por direito.
Nesse caso, tenho o dever
De cumprir o código do amor.
A demanda do juízo pede
Que seja mais concreto.
Verdade, nada mais que a verdade.
Esse é o meu desejo secreto.
Alieno todos os processos pendentes
No socorro de estar limpo,
De cabeça pura, erguida.
15 de Junho de 2009
domingo, junho 14, 2009
Não me consigo evadir
No rectângulo onde me encontro existe um sofá.
Nele me sento quando quero ler um livro.
Um dia destes olhava, perdido,
Para as lombadas dos meus livros,
Que se encontram numa estante a meio da sala.
Esperava que a poesia ali contida
Fosse fuga para uma intimidade comigo,
Mas não consegui evadir-me.
Continuo, ainda hoje, preso à dor
De algo perdido no tempo e no espaço,
Que ainda não sei muito bem o que é.
Pelo menos tenho este rectângulo,
Sala aberta e ampla, onde posso gritar.
Falar às paredes os meus medos
E partir o sofrimento num livro.
É o que mais anseio.
Quero mesmo fugir. Escapar nas letras.
Voar entre as palavras
E a doutrina poética de um escritor qualquer.
Definitivamente, nem ontem, nem hoje,
Me consigo evadir.
14 de Junho de 2009
Nele me sento quando quero ler um livro.
Um dia destes olhava, perdido,
Para as lombadas dos meus livros,
Que se encontram numa estante a meio da sala.
Esperava que a poesia ali contida
Fosse fuga para uma intimidade comigo,
Mas não consegui evadir-me.
Continuo, ainda hoje, preso à dor
De algo perdido no tempo e no espaço,
Que ainda não sei muito bem o que é.
Pelo menos tenho este rectângulo,
Sala aberta e ampla, onde posso gritar.
Falar às paredes os meus medos
E partir o sofrimento num livro.
É o que mais anseio.
Quero mesmo fugir. Escapar nas letras.
Voar entre as palavras
E a doutrina poética de um escritor qualquer.
Definitivamente, nem ontem, nem hoje,
Me consigo evadir.
14 de Junho de 2009
Camaleão
Já não consigo chorar por ti;
Hoje as lágrimas secaram.
Aguardo notícias tuas, é certo,
Mas não com a impaciência
E o sofrimento de quem espera o incerto.
Quero ser uma espécie diferente
Como camaleão prestes a mudar de cor.
Sinto-me melhor assim,
Ludibriando o sofrimento
Numa finta sem fim.
No trilho do tempo vou caminhar só.
Porquanto agora sou apenas eu,
Com a minha consciência
E um maço de cigarros,
Para fumar quando estiver
A dobrar a esquina da saudade.
Ainda dependo disso para mudar a minha cor.
O fumo dá-me a lucidez
E a aptidão de me camuflar.
Entretanto, vais encontrar-me assim,
Numa troca constante entre o tolerar
E o renunciar ao teu estado de existir.
14 de Junho de 2009
Hoje as lágrimas secaram.
Aguardo notícias tuas, é certo,
Mas não com a impaciência
E o sofrimento de quem espera o incerto.
Quero ser uma espécie diferente
Como camaleão prestes a mudar de cor.
Sinto-me melhor assim,
Ludibriando o sofrimento
Numa finta sem fim.
No trilho do tempo vou caminhar só.
Porquanto agora sou apenas eu,
Com a minha consciência
E um maço de cigarros,
Para fumar quando estiver
A dobrar a esquina da saudade.
Ainda dependo disso para mudar a minha cor.
O fumo dá-me a lucidez
E a aptidão de me camuflar.
Entretanto, vais encontrar-me assim,
Numa troca constante entre o tolerar
E o renunciar ao teu estado de existir.
14 de Junho de 2009
sexta-feira, junho 12, 2009
As mãos
Criei em mim um suspiro
De uma espera qualquer.
Tenho a paciência e a dor
Daquilo que não consigo alcançar.
Subitamente olho para as minhas mãos
Onde ainda tenho os resquícios do teu toque.
Como me apetece que estivesses aqui
E entrelaçasses as tuas mãos nas minhas
Numa dança sem fim.
Lembro o caminho que fizemos.
Grassa em mim uma monotonia esquisita,
Daquelas que nos tolhem a razão.
Gostava de sentir a tua falta
Sabendo que virias ainda hoje.
As mãos vazias agora preenchem-me.
Ando de um lado para o outro
Numa azáfama de quem quer voar.
Se chegares entretanto chama-me.
O meu nome continua o mesmo
E a tua voz sabe como chamá-lo.
Gostava de poder multiplicar as boas sensações.
Era tão bom quando te pertencia
Como um todo certo e coerente.
Por ora, olho o meu punhado.
Nele cabe ainda a tua mão.
E ainda, lembro, o teu corpo
Vestido com a sorte dos meus dias.
Juro que te quero como quando
Permutávamos as nossas mãos.
12 de Junho de 2009
De uma espera qualquer.
Tenho a paciência e a dor
Daquilo que não consigo alcançar.
Subitamente olho para as minhas mãos
Onde ainda tenho os resquícios do teu toque.
Como me apetece que estivesses aqui
E entrelaçasses as tuas mãos nas minhas
Numa dança sem fim.
Lembro o caminho que fizemos.
Grassa em mim uma monotonia esquisita,
Daquelas que nos tolhem a razão.
Gostava de sentir a tua falta
Sabendo que virias ainda hoje.
As mãos vazias agora preenchem-me.
Ando de um lado para o outro
Numa azáfama de quem quer voar.
Se chegares entretanto chama-me.
O meu nome continua o mesmo
E a tua voz sabe como chamá-lo.
Gostava de poder multiplicar as boas sensações.
Era tão bom quando te pertencia
Como um todo certo e coerente.
Por ora, olho o meu punhado.
Nele cabe ainda a tua mão.
E ainda, lembro, o teu corpo
Vestido com a sorte dos meus dias.
Juro que te quero como quando
Permutávamos as nossas mãos.
12 de Junho de 2009
quinta-feira, junho 11, 2009
Apagado
Sentado nesta cadeira e ao redor
Uma luz que me trespassa.
Sou mais um dia que finda
E virado a sul procuro respostas
Às dúvidas da noite que se avizinha.
Crepúsculo do silêncio incómodo.
Tudo me torna vago e obscuro.
Sinto-me tétrico ao anoitecer.
Nem sempre assim foi,
Mas hoje estou mais ignorante,
Não discirno a intenção e a capacidade de pensar.
Preciso do fulgor.
Do brilho do sol.
Com ele sou clarividente.
E o candeeiro desta rua não chega.
Preciso de uma luz que não esta, vil e amorfa.
Não dou nas vistas!
Hoje não é o meu dia
E não irei aos mais altos astros.
Ficarei por aqui,
Nesta cadeira imóvel, partida num dos seus calços,
Como eu, quebrado em mim.
11 de Junho de 2009
Uma luz que me trespassa.
Sou mais um dia que finda
E virado a sul procuro respostas
Às dúvidas da noite que se avizinha.
Crepúsculo do silêncio incómodo.
Tudo me torna vago e obscuro.
Sinto-me tétrico ao anoitecer.
Nem sempre assim foi,
Mas hoje estou mais ignorante,
Não discirno a intenção e a capacidade de pensar.
Preciso do fulgor.
Do brilho do sol.
Com ele sou clarividente.
E o candeeiro desta rua não chega.
Preciso de uma luz que não esta, vil e amorfa.
Não dou nas vistas!
Hoje não é o meu dia
E não irei aos mais altos astros.
Ficarei por aqui,
Nesta cadeira imóvel, partida num dos seus calços,
Como eu, quebrado em mim.
11 de Junho de 2009
quarta-feira, junho 10, 2009
As horas que marcam o relógio
São zero.
As horas que marcam o relógio.
Podiam ser vinte e quatro.
Há quem queira não terminar o tempo
Do dia anterior e começar o próximo.
Eu gosto de viver.
Para mim são zero
As horas que marcam o relógio.
Penduro o tempo para o ver melhor.
Ele passa e resolve.
Destina a minha vida ao melhor desígnio.
Espero!
As horas que marcam o relógio são nulas.
Parece que, por momentos, o tempo pára
Para nos unir-mos num só.
Eu e tu, razão.
Zero!
Nunca um número significou tanto
E tão pouco neste instante.
Agora liberto-te. Corre tempo...
Mostra-me o que de melhor posso ter.
Dá-me o prazo de duração das coisas
E deixa-me abrir os braços para me trespassares.
São zero.
As horas que marcam o relógio
E eu aqui continuo,
A olhar o relógio e o infinito.
10 de Junho de 2009
As horas que marcam o relógio.
Podiam ser vinte e quatro.
Há quem queira não terminar o tempo
Do dia anterior e começar o próximo.
Eu gosto de viver.
Para mim são zero
As horas que marcam o relógio.
Penduro o tempo para o ver melhor.
Ele passa e resolve.
Destina a minha vida ao melhor desígnio.
Espero!
As horas que marcam o relógio são nulas.
Parece que, por momentos, o tempo pára
Para nos unir-mos num só.
Eu e tu, razão.
Zero!
Nunca um número significou tanto
E tão pouco neste instante.
Agora liberto-te. Corre tempo...
Mostra-me o que de melhor posso ter.
Dá-me o prazo de duração das coisas
E deixa-me abrir os braços para me trespassares.
São zero.
As horas que marcam o relógio
E eu aqui continuo,
A olhar o relógio e o infinito.
10 de Junho de 2009
segunda-feira, junho 08, 2009
"Não Existes" à venda no WOOK
Agora já pode adquirir, igualmente, o meu livro "Não Existes" no WOOK, livraria online do grupo Porto Editora.
sexta-feira, junho 05, 2009
30
Vivo num mundo
Dedilhado pelos dedos de um ser
Trazido pelas auroras frias de mais um dia.
Esses dias passam pela minha pele
E a envelhecem naturalmente.
Sorrio por estar vivo
E respiro o ar perfumado que me rodeia.
Sou assim,
Preso nestas coisas simples da vida
Como beber um copo de água na varanda do terraço
E suspirar por me lembrar do amor.
Lembrei-me, igualmente, que sou poeta.
Conjugo palavras como croché,
Numa harmoniosa manta de retalhos diversos,
Cujas lembranças fiz questão de guardar.
Trinta anos.
São estes os anos que já vivi.
Lembro-me que ainda ontem
Realizei sonhos de infância
E tornei-me obstinado na adolescência.
São já trinta.
Junto-os como quem junta grãos de arroz.
Encontro-me entre o homem e o miúdo,
Num beco de sensações várias,
Onde me olho e recordo
Como é ser eu, assim, despido de mim.
4 de Junho de 2009
Dedilhado pelos dedos de um ser
Trazido pelas auroras frias de mais um dia.
Esses dias passam pela minha pele
E a envelhecem naturalmente.
Sorrio por estar vivo
E respiro o ar perfumado que me rodeia.
Sou assim,
Preso nestas coisas simples da vida
Como beber um copo de água na varanda do terraço
E suspirar por me lembrar do amor.
Lembrei-me, igualmente, que sou poeta.
Conjugo palavras como croché,
Numa harmoniosa manta de retalhos diversos,
Cujas lembranças fiz questão de guardar.
Trinta anos.
São estes os anos que já vivi.
Lembro-me que ainda ontem
Realizei sonhos de infância
E tornei-me obstinado na adolescência.
São já trinta.
Junto-os como quem junta grãos de arroz.
Encontro-me entre o homem e o miúdo,
Num beco de sensações várias,
Onde me olho e recordo
Como é ser eu, assim, despido de mim.
4 de Junho de 2009
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