dói-me a tua ausência. choro-a na escuridão da noite, entre um sono e outro. chego a ter medo e fujo para me esquecer que não estás aqui. abro os meus olhos e vejo o vazio. o coração pedia-te naquele momento, como pede agora e depois. o que chorei guardei no silêncio da minha cama. há uma poeira que me cala a boca. fecho os olhos. nesse momento escrevi poesia porque a noite me começava, também ela, a fugir por entre os dedos. nenhuma frase, nenhuma palavra. só o teu corpo nú se apoderou de mim. fiquei, ali, abraçado a ele e a desenhá-lo na ausência. não mais fugi.
Lisboa, 24 de Agosto de 2011