domingo, março 15, 2009

Paranóia

Saio.
Dou comigo na loucura da vida.
Surge em mim, angustiante,
A vontade de ir,
Correr o dia, começar o amanhã.
Os carros em frenesim, vão e vêm.
Sem sentido, sem destino.
Desenfreados, soltando rugidos,
Guiados por dependentes de stress,
Dependentes da vida, em si, enfim.
E cá estou,
No meio desta gente.
Amálgama de credos e verdades.
Sem nexo, por vezes, admito
Mas seguindo o rumo,
Cavalgando no tempo
Como cavaleiro lutando,
A curar meus medos, minhas angústias.
Vencendo!
Que paranóia esta que me assola.
Humanos inconsequentes,
Que buscamos que nunca tivemos
Mas que jamais iremos alcançar.
Somos homens e mulheres
Na luta constante da rotina,
Tentando singrar, lutando... lutando!
Porquê?
Para quê?
Que condição humana é esta?
Diz-me vida!
Que condição é esta?
Que estamos entregues selvaticamente,
De manhã à noite,
Sem respeito...
À noite, bem tarde, já em parte liberto,
Me deito, consciente
De que amanhã será diferente.
Não!
Puro engano...
Que paranóia esta!
Acreditar sem ter fé
Nesta condição perdida,
Nesta vida selvagem.
Aqui e ali.
Em todo o lado, eu e tu,
Atropelados sem sentido.
Que paranóia!

5 de Dezembro de 2001