Subo ao cimo de ti.
A tua imagem encontra-se vazia. Sem cor.
Solucei monólogos, perdido na altura,
Por não mais me apetecer querer falar sem rumo.
Dizer coisas vãs.
Porque não te encontro?
Destino meu de falar aqui, distante.
Não desisto, nem sou disso.
Sou de ir mais além,
De te encontrar em cada esquina,
E na minha cama, também.
Enrolo-me no cetim dos teus braços,
Apenas quando vens.
Só quando vens.
Porque não vens sempre?
Não deves poder, eu sei.
Mas agora estás aqui, no meu colo.
Dedilho os teus cabelos e a tua face.
Consigo, agora, falar a dois.
Não suporto monólogos.
Fico entediado.
Vamos subir os dois,
Nesta noite negra, fria,
Onde embrulhados,
Somos unos, somos nós.
Os dois!
21 de Abril de 2009