E a loucura em si filtrada.
Como te temo de manhã,
Envolta em cetim e sedas de outrora,
Onde mansamente descansei,
Ou fumei aquele tabaco.
Cartas tuas recebi.
Sem medo, guardei-as no baú onde ainda hoje te encontro.
Apenas e só nua, tais silhuetas venerei
E iluminei o meu caminho.
Vesti de azul por acreditar ser essa a tua cor
E na qual consegues concentrar
A luz intensa do astro desconhecido.
Amado. Odiado. O sol!
E a chuva que caiu?
Perguntavas tu.
É a mesma que me cura as maleitas da sede
E guardo num frasco de vidro opaco,
Comprado na distante dimensão da existência.
Costumo ler textos teus.
Editaste em livro que não comprei.
Pensei que mo oferecesses e assim foi.
Horas passam nas demais instâncias;
Espírito que soletra a minha razão e,
Me identifica de soslaio, por não confiar em ti.
Me desleixo e te deixo, entregue à desconhecida sorte,
Que nunca busquei e me encheu, agora.
O alimento que devoro sabe a ti, por ser parte tua,
Dando-me, a todo o momento, a lembrança do teu choro,
Convulso e complacente.
Em toda a terra lágrimas correram,
Desenhando rios de rara beleza e, agora, me banho.
Na procura do teu olhar,
Entretanto perdido, continuo a acalentar achar
A telepatia que insuspeito na tua mente.
Não é mentira que te ame!
Verdade não o será.
Já não escrevo para te sentir.
Apenas para sorrir e lembrar os retalhos do que vivo;
Imagens de sentido único e cores diversas,
Instrumentos próprios da minha orquestra e
Desta última composição que te dedico, em circunstância.
27 de Março de 2003