Ontem dei por mim a pensar no Universo. Na imensidão que nos rodeia e, por vezes, cai em cima de mim quando estou só. Também cai em cima de ti? Tu sabes do que falo quando quebro o meu silêncio na tua ausência. Sinto-me espremido, tolhido. É nessas alturas que descrevo o teu corpo nu com as palavras e penso como também o poderia desenhar num papel branco. Lembro-me logo dos teus seios perfeitos, mas também da tua pele salgada com o mar. Sabes, penetram em mim enquanto adormeço e espero por ti. Quando chegares senta-te ao meu colo e afoga a saudade, neste poço onde nasce o coração sempre me lembro do teu sorriso. És mesmo feita de poesia, amor. Consigo ler-te palavras no corpo lançado à sombra, agora que estás distante e te envoco.
Macau, 2 de Julho de 2012